Eu não vejo problema em usar os transaturninos (planetas depois de Saturno). O problema é considerá-los como planetas que nem os do Septanário.
Os planetas são as estrelas não fixas (as errantes) visíveis a olho nu durante o ano todo. E os transaturninos não obedecem a isso. Então, use-os à vontade se quiser, mas eles não são bem planetas astrologicamente. Ou seja:
- não tem regências
- são bem menos importantes do que o Septanário, Lotes, pontos cardeais, nodos etc
- na minha humilde opinião, chegam a ser dispensáveis.
A menos que você crie, com evidências astrológicas e um método condizente com a filosofia da Astrologia, um sistema de regências, não só com domicílios e exaltações, mas com triplicidades, termos, decanatos, firdarias etc. Ou seja, impossível e desnecessário. Além de não sabermos como algumas dignidades e métodos foram estabelecidos, esses planetas mudam muuuuito lentamente ao longo dos graus (só se você usar divisionais extremamente complexas, ou inventar um novo zodíaco), e claro, ninguém vai te levar a sério (com razão).
Outro motivo pra dispensar esses planetas é que seus significados já são de outros planetas.
Urano: eletricidade (Marte-Mercúrio), originalidade (Lua-Mercúrio), excentricidade (Lua), eventos inesperados (na verdade qualquer planeta pode falar disso, mas eu atribuiria isso a Lua, a Marte ou a um planeta retrógrado), acidentes (Marte)
Netuno: imaginação (Lua), desilusão (Saturno), líquidos e coisas pegajosas (Lua), espiritualidade (Júpiter), vícios (Saturno-Vênus), nebulosidade e eventos incertos (Saturno)
Plutão: explosões (Marte), podridão (Saturno), corrosão (Marte), acidentes (Marte), qualquer coisa que possa dar merda (os maléficos).
O que mais me irrita no uso deles é que ele é geralmente distorcido: eles SEMPRE são importantes, quase como os luminares. Mesmo cadente, sem aspecto e no meio da sua retrogradação, esses planetas sempre são citados. Gente, às vezes, eles realmente não acrescentam nada.
Ou seja, dispensáveis. Use se quiser, mas com moderação.
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