Cada signo tem regências. Um planeta que rege um signo quer dizer que esse planeta tem uma autoridade sobre o signo. Mesmo que haja outro planeta no signo, o planeta regente sempre vai dar seu tom ao planeta (às vezes mais, às vezes menos). E existem diversos tipos de regência.
5 - Domicílio - a mais clássica. Obedece essa linda lógica: O Sol fica com Leão e a Lua fica com Câncer. Os signos opostos, Aquário e Capricórnio, ficam com Saturno, o senhor da escuridão, se opondo aos senhores da Luz, os Luminares.
O planeta mais perto dos Luminares é Mercúrio; assim, Mercúrio rege os signos vizinhos dos signos dos Luminares: Gêmeos e Virgem.
O planeta depois de Mercúrio é Vênus, que fica com os vizinhos dos signos de Mercúrio: Libra e Touro.
Depois, vem Marte, sendo vizinho dos signos de Vênus: Áries e Escorpião.
Depois, Júpiter, vizinhando os de Marte: Peixes e Sagitário.
Os vizinhos dos signos de Júpiter são justamento os signos de Saturno, o próximo da lista: Aquário e Capricórnio.
Então, há uma lógica secular por trás dos domicílios. Por isso, ninguém pode meter a regência de Netuno em Peixes só porque "Netuno é o rei dos mares e no mar tem peixe". Não há nenhuma razão por isso (eu sei que essa não é a explicação que a maioria dá pra essa regência, mas vocês entenderam).
O domicílio tem a natureza de que o signo, por si só, fala de assuntos do seu planeta. Câncer, por exemplo, fala de emoções, intimidade e maternidade, assuntos da Lua. Gêmeos e Virgem, cada um de seu modo, falam de coisas de Mercúrio: análise, detalhes, informações e raciocínio.
4 - Exaltação - essa eu não sei porque está onde está (acho que ninguém realmente sabe). A lista é:
Saturno: Libra
Júpiter: Câncer
Marte: Capricórnio
Sol: Áries
Vênus: Peixes
Mercúrio: Virgem (sim, Mercúrio se exalta e é domiciliado no mesmo signo! Mercúrio e Virgem são quase sinônimos semanticamente)
Lua: Touro
Um signo exalta um planeta porque seus significados ficam exagerados no tal signo. Vênus, planeta das artes, dos delírios e da fertilidade, fica extremamente fértil e "inspirado" em Peixes. Marte fica ainda mais industrial, mecânico e violento em Capricórnio etc.
3 - Triplicidades - uma triplicidade é um elemento, afinal, cada elemento tem 3 signos. Um planeta que rege por triplicidade é o planeta que tem afinidade com o elemento. há uma triplicidade diurna, noturna e participante. Se a carta for diurna, aparece nessa ordem; se for noturna, fica na ordem: noturno, diurno, part.
Fogo - Sol (diurno), Júpiter (noturno), Saturno (part)
Terra - Vênus, Lua, Marte
Ar - Saturno, Mercúrio, Júpiter
Água - Vênus, Marte, Lua
Se a carta for noturna e você quer analisar a casa 3, que tá em signo de água, então o primeiro regente da triplicidade será Marte, e não Vênus. Se for diurna, seria Vênus. As triplicidades têm aplicações mais específicas, acho eu. O primeiro regente fala disso, o segundo daquilo e o terceiro não sei do quê. É comum dar um terço da vida pra cada regente da triplicidade, na sua ordem dependendo da carta, do elemento do signo do ascendente, por exemplo.
2 - Termos - são dignidades menosprezadas, subestimadas e esquecidas, mas de grande importância. Cada signo é dividido de forma desigual entre os 5 planetas não luminares, e cada um desses pedaços é um dos termos. Os termos servem pra dar uma descrição mais física das coisas e também estabelece uma relação meio de dominado-dominador. Vênus nos termos de Júpiter, por exemplo, está no "bound"(termo) de Júpiter, sendo dominado e descrito fisicamente por ele. Mas isso não vai superar o fato de estar num signo de Saturno, recebendo quadratura de Marte, e outros fatores degradantes, claro.
Existem dois sistemas de termos: dos egípcios e do astrólogo revisionista Ptolomeu. Como Ptolomeu (ou Ptolomy) meio que tirou sua tabela do nada, eu uso a dos egípcios.
1 - Face ou Decanato - cada signo é dividido também em 3 pedaços iguais, distribuídos entre 3 planetas (podendo incluir os luminares). Eu não uso e nem sinto falta. Descreve superficialidades. A tabela de dignidades que eu uso. Eu não confio nisso de "5 pontos pra domicílio", "2 pra termo" não.
O grande problema das dignidades são as quedas e os exílios.
Um planeta em exílio é um planeta posicionado no oposto do seu domicílio. Marte em Libra, oposto a Áries, é exílio.
Um planeta em queda é oposto a sua exaltação: Vênus em Virgem, oposto a Peixes, é queda.
Tá, e daí? Existem duas interpretações pra um planeta exilado ou em queda:
1) o planeta assim age contra sua natureza, então, está fraco, debilitado e trabalha da pior maneira possível. Um planeta maléfico em queda/exílio (Marte em Câncer/Touro/Libra, Saturno em Leão/Câncer/Áries) é ainda mais maléfico, e um benéfico em exílio/queda (Júpiter em Gêmeos/Virgem/Capricórnio e Vênus em Áries/Escorpião/Virgem) não seria tão benéfico assim.
2) o planeta assim apenas trabalha com coisas não naturais. Um planeta dignificado seria muito típico, previsível, normal. Saturno em Capricórnio, por exemplo, fala de coisas saturnianas num ambiente de Saturno; um Saturno em Câncer coloca os temas de Saturno no ambiente lunar. Uma Vênus em Áries traz assuntos venusianos para o ambiente marcial, etc. Isso não seria necessariamente ruim.
A minha interpretação é: um planeta em exílio não trabalha necessariamente mal, mas um em queda é bem mais preocupante. A queda tem um sentido de destruição e ódio; o exílio só demonstra uma preocupação e insegurança. Mas mesmo assim, eu tendo a não levar isso muito em conta. Então, como avaliar a qualidade de um planeta? Sinceramente, não sei se eu sei.
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